Seja muito bem vindo

Um personagem bastante conhecido seja por frequentadores das religiões de Matrizes Africanas onde atua como entidade, por sua notável malandragem, Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um ícone, um representante, o verdadeiro estereótipo do malandro, ou porque não dizer, da malandragem brasileira e mais especificamente, carioca. Trata-se de uma corrente que, de uma forma ou de outra, permeia o imaginário popular da cultura brasileira e portanto carrega suas egrégoras tanto como outras.
Seu Zé tem uma tremenda elegância e competência, mesmo sendo negro (levando em consideração que, para a época em que os negros e brancos viviam praticamente isolados, apesar da existência de uma numerosa população mestiça nas grandes cidades brasileiras, e que desse abismo social implicava também uma grande divisão financeira de classe social). É como se a figura do Seu Zé torna-se representativa da própria dignidade do negro, deixando para trás a ideia de um negro “arrasta-pé”, maltrapilho ou simples trabalhador braçal.
Por isso, usaremos este blog para que de maneira bem simples, coloquemos todas as formas de seu Zé Pilintra, e de tantas manifestações das Religiões de Matrizes Africanas.

domingo, 17 de julho de 2011

Dr. Zé Pilintra

Falemos dessa entidade que tem um dos comportamentos mais interessantes que já conheci:
Antes de começar a discorrer sobre o que se conhece desse malandro incorrigível, mulherengo, birrento, arruaceiro, mas de um coração enorme, é preciso que se entenda que toda entidade, tem uma história, uma cultura, pois foi tão humano quanto nós quando encarnada. Após o desencarne, e a conseqüente espiritualização, poderá ocorrer que sua manifestação venha a se dar em outros centros regionais, diferentes do que consta em sua biografia humana e assim quando manifestada, poderá demonstrar outras culturas, que não as de sua procedência humana. Isso quer dizer que a mesma entidade poderá manifestar-se diferentemente em lugares diferentes, sem que isso implique em mistificação dos médiuns que a intermedia. Tal fato acontece porque, pela necessidade do ingresso nas falanges espirituais, afim de prestar seu trabalho nesta nova roupagem, os espíritos, agora desencarnados, aproximam-se desta ou daquela falange, por simpatia ou determinação superior, mas guardam características bastante marcantes de suas existências materiais. Melhor entendendo:

Zé Pelintra, tem como característica principal, a malandragem, o amor pela noite. Tem uma grande atração pelas mulheres, principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, além de outras características que marcam a figura do malandro. Isso quer dizer que em vários lugares de culturas e características regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; No Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro. Isso bem explicado, vamos conhecer mais de perto esse grande camarada.
Conheçam essa maravilhosa entidade:
" SEU ZÉ "
José Gomes da Silva, nascido no interior de Pernambuco, era um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão. Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito. Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sozinhos, vinham sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que com ele se envolviam.
Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bom, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.
Sua vida era a noite, sua alegria as cartas, os dadinhos, a bebida, a farra, as mulheres e por que não, as brigas. Jogava para ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava, mandava-os embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrário, aos falsos espertos, aqueles que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava como os verdadeiros otários. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propósito inicialmente, quando as apostas ainda eram baixas e os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo aguardente, cerveja, vermouth, e outros alcoólicos que aparecessem.
Esta entidade andou pelo mundo, suas manifestações apresentam-se em todos os cantos da terra. Há notícia pelos diários, de uma médium que o incorporava nos Estados Unidos, assim como outros, em várias localidades.
No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, cantado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns gostam de vestir-se a caráter. Terno Branco e gravata. Mas a maioria, gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o gosto lembrando que a seda lhes protegem dos cortes de navalha, arma branca comum entre os malandros. Bebem de tudo, da cachaça ao whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo e gostam de usar chapéus Panamá.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que vão visita-los em suas sessões ou festas. Ainda que tratado muitas vezes como Exu, Zé Pelintra não é Exu. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e ao se misturar a eles mostram-se como eles. Há um ponto inclusive que lembra muito essa amizade entre Exus e Zé Pelintras.
Tranca Ruas e Zé Pelintra, são dois grandes companheiros,
Tranca Ruas na Encruza e Zé Pelintra no Terreiro.
No Nordeste do Pais, mais precisamente em Recife, ainda que nas vestes de um malandrão, a figura de Zé Pelintra, tem uma conotação completamente diferente. Lá, ele é doutor, é curador. É Mestre e é muito respeitado. Em poucas reuniões não aparece seu Zé. é o local sagrado onde vivem os Mestres do Catimbó, religião forte do Nordeste, muito aproximada da Umbanda, mas que mantém suas características bem independentes. Na Jurema, Seu Zé, não tem a menor conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de esquerda, por que o Mestre tem essa capacidade, tanto pode vir na direita quanto na esquerda. Quando vem na esquerda, não é que venha para praticar o mal, é justamente o contrário, vem revestido desse tipo de energia para poder cortar com mais propriedade as negatividades e assim ajudar mais facilmente aos que dele necessitam.
No Catimbó, Seu Zé usa bengala, mas pode ser qualquer cajado, fuma e bebe cachaça. Dança Côco, Baião e Xaxado, sorri para as mulheres, abençoa a todos, que de maneira carinhosa e respeitosa o abraçam, pedindo a ele DE todo o axé posivel.



ESSA É UMA HOMENAGEM A DR. ZÉ PELINTRA DA FAMILIA TUFOY

Fonte: http://tendafilhosdeoxalaeyemanja.sites.uol.com.br/ze.html

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Zé Pilintra Valentão

Qualquer um que se aventure a traçar a trajetória de um mito, certamente descobrirá que em torno dele existe um sem números de histórias, muitas delas inverossímeis, entretanto, impossíveis de refutação. O mito sempre se confunde com a realidade e, deste modo, ninguém pode contrariar a fé dos crentes,  sob pena de alienar-se do mundo vibrante         e mágico que envolve as crenças populares.
                                  Sobre o Zé Pilintra, existem várias histórias contadas de boca em boca, tão cheias de ousadia e mistério quanto as de outros mitos nordestinos tais como o cangaceiro Lampião e sua parceira Maria Bonita; o bandido Cabeleira; o cangaceiro Corisco e tantos outros.




                 Todos que conhecem ou ouviram falar de Zé Pilintra concordam ao menos em um ponto: ele era um pernambucano “cabra-da-peste” que não levava desaforo pra casa, frequentava os cabarés da cidade de Recife, defendia as prostitutas,  gostava de música, fumava cigarros de boa qualidade e aprecisava a bebida.
                 Contam que nasceu no povoado de Bodocó, sertão pernambucano próximo a cidadezinha que leva o nome de Exu, à qual segundo o próprio Zé Pilintra quando se manifestava numa mesa de catimbó, foi batizada com este nome em homenagem, já que sua família era daquela região antes mesmo de se tornar cidade.
                 Fugindo da terrível seca de meados do século passado, a família de José dos Santos rumou para a Capital Recife em busca de uma vida melhor, mas o destino lhe roubou a mãe, antes mesmo que o menino completasse 3 anos e, logo a seguir se pai morreu de tuberculose        . José dos Anjos ficou orfão e teve que enfrentar o mundo juntamente com seus quatro irmão menores. Cresceu no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou-lhe respeito no meio da malandragem. Não apartava nunca de uma peixeira de seis polegadas de aço puro que ganhara de um marinheiro inglês com o qual fizera amizade.
                 Conta-se que, certa vez, Zezinho, como também era conhecido, teve que enfrentar  cinco policiais numa briga no cabará da Jovelina, no bairro de Casa Amarela.
                 Um dos soldados recebeu um corte de peixeira no rosto que decepou-lhe o nariz e parte da boca. Doze tiros foram disparados contra Zezinho, mas nenhum deles o atingiu. Diziam que ele tinha o corpo fechado.
                 Naquele mesmo evento, Zezinho conseguiu desvencilhar-se dos soldados, ferindo-os gravemente, um dos quais veio a falecer dias depois. Antes que chegassem reforços, Zezinho já tinha fugido ileso, indo se esconder na casa do coronel Laranjeira, um poderoso usineiro pernambucano, protetor do rapazote. Contava ele, naquela ocasião com 19 anos de idade e por este fato passou a se chamar Zé Pilintra Valentão. Este apelido foi dado pelos próprios soldados da polícia pernambucana. Pelintra significa pilantra, malandro, janota etc.
                 Tempos depois de sair do esconderijo, Zezinho agora apelidado de Zé Pelintra Valentão, passou a fazer fama na cidade de Recife. Embora fosse querido por todos que o conheciam, não perdia uma briga e sempre saía vitorioso.
                 Gigolô inveterado, tinha mais de vinte amantes espalhadas pela cidade, das quais obtinha dinheiro para sua vida boêmia. Sempre vestido em impecáveis ternos de linho branco, camisas de cambraia adornadas por uma gravata de seda vermelha e um lenço branco na algibeira do paletó; na cabeça um chapéu panamá e os sapatos de duas cores compunham-lhe o tipo. Não raro poder-se-ia encontrá-lo sobraçando um violão pequenino, indo ou vindo das serestas, dos cabarés e botequins que frequentava. Nunca lhe faltava dinheiro no bolso, nem amigos para mais um trago.
                 Aos domingos, todos podiam ver Zé Pelintra Valentão entrando na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no centro de Recife, para fazer suas orações. Dizia-se também devoto de Santo Antônio, lá estava o Zé Pelintra Valentão, impecável com seu terno de casimira, pronto para a procissão pela Avenida Conde da Boa Vista.
                 A morte de Zé Pelintra Valentão ocorreu misteriosamente. Conta-se que aos 41 anos, ainda muito moço, Zé amanheceu morto, sem nenhum vestígio de ferimento externo. Soube-se, entretanto, que Zulmira, uma das suas amantes, tinha feito um “trabalho” para ele. Tinha um filho, que Zé Pelintra recusava registrar como dele. Zulmira tinha um ciúme doentio de Zé Pelintra, e por causa dela ele já estivera envolvido em muitas brigas e confusões. Ela queria Zé Pelintra só pra si. Assim, contam que lhe dera um prazo de sete semanas para que ele deixasse as outras amantes e fosse para a sua casa no bairro de Tamarineira. Zé Pelintra não foi e acabou sendo envenenado. Zulmira, depois da morte dele, sumiu de Recife e nunca mais se soube dela nem do filho.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Olha que absurdo!!!!

Salve Salve amigos, mais uma vez estamos aqui, só que hoje para denunciar mais um absurdo da intolerancia Religiosa, É indigno,revoltante,e acima de tudo é uma ofensa e um ato de total Preconceito !!!
Como pode se intitular "pastor" e falar em "nome de Deus um ser que incita a IRA,ÓDIO,RAIVA,VIOLÊNCIA E SEGREGAÇÃO ????
Ta na hora de acabarmos com isso.
O Brasil é um Estado Laico e assim deveria ter medidas pra que coisas assim não aconteçam mais.

 O problema não nem pelo fato de ser candomblé ou umbanda, a questão é o absurdo que se passa para seus fiéis, simplismente para atingir uma outra religião seja ela qual for!!!! até quando?

Veja o Video A minha familia é de jeováhttp://www.youtube.com/watch?v=5bKFT0d9Lhk

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mais uma de tantas historias de seu Zé!
Jose Emerenciano nasceu em Pernambuco. Filho de uma escrava forra com seu ex-dono, teve algumas oportunidades na vida. Trabalhou em serviços de gabinete, mas não suportava a rotina. Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso. Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas. Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que fugir e tentar novos ares. Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade Maravilhosa. Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época. Em pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas "meninas", que apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor de seus corpos. Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia. E que defesa! Era impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho. Carregava sempre consigo um punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas dos botecos de sua preferência. Bebia muito, adorava o álcool, desde a cachaça mais humilde até o isque mais requintado. E em diversas ocasiões suas meninas o arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas. Contudo, era feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo, mulher do sargento Savério. Era a visão mais linda que tivera em sua existência. A bela loura de olhos claros, deixava-o em êxtase apenas por passar em sua frente. Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como costumava chama-la. Parou de beber, em demasia, claro! Não era homem também de ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém. Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro tinha que entrar, não é? Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo. Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar. Aos amigos dizia que ambos estavam apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde viveriam de amor. Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento. Outros duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que justificasse a fanfarronice do homem. O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde. O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava submetida. Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival. Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos: - É claro que vou, ele quer me dar a mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo... - E mostrava seu punhal para quem quisesse ver. Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao botequim onde aconteceria a conversa. Pediu uísque, não era noite para cachaça, e começou a bebericar mansamente. Confiava em seu taco e muito mais em seu punhal. Se fosse briga o que ele queria, ia ter. Ao esvaziar o copo ouviu um grito atrás de si: - Safado! - Levantou-se rapidamente e virou-se para o chamado. O tiro foi certeiro. O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo caiu num baque surdo. Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto a falange de Zé Pelintra. Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha não lhe seria adequada. Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura. Não perdeu, porém a picardia dos tempos de José Emerenciano. Sarava Seu Zé Pelintra!